Expovinis 2015. Um panorama geral


Não dá para fazer "mágica" em meio a tempos difíceis de alta do dólar, inseguranças econômicas e políticas diversas que assolam importadores, donos de restaurantes, adegas e afins, mas o fato é que a Expovinis ainda assim é o maior exponencial de vinhos do país, e outro fato mais objetivo é que toda a cadeia participa nem se for como visitante pelo menos por um dia para dar aquela "expiadinha" bem ao tipo Big Brother! Sempre tem novidades, mas o sentimento é de necessidade misturada a sobrevida. Vi coisas muito boas, porém algumas falhas de organização, mas no final o que conta mesmo é a satisfação em conhecer bons vinhos, participar das palestras e conhecer produtores cujo a simpatia, perseverança e humildade faz o vinho se tornar sublime.


Vinhos pra lá de bons !!!

O pavilhão da Argentina estava repleto de tubarões. Tubarões no bom sentido. Degustei vinhos maravilhosos, nomes que ainda não conhecia. Degustei um Torrontés do produtor Bodegas Deumayén (Mendoza) que me fez suspirar e beber de olhos fechados para poder melhor sentir a expressão de tudo aquilo: guardem bem este nome Petit Trez Torrontés 2014Deumayén Wines/ Salta - Argentina. O Torrontés é proveniente de Salta (Valle de Cafayate) que é considerado o melhor lugar da Argentina para a produção de vinhos Torrontés. Vem tudo no nariz como uma explosão: pêssegos, maças, flores, acidez que saliva a boca só de sentir. Enfim, um top com tipicidade superior! Não poderia deixar de mencionar o Petit Bobo TrapezioTinto Blend 2011 da Finca La Promessa, um Blend imponente e de elevada estrutura.

Em um giro pelo pavilhão da Espanha degustei o clássico Faustino V Reserva 2009: fruta, bom corpo, notas especiadas e um "ataque" na boca delicioso, pois tem muito frescor e acidez.

A área destinada ao produtores do Brasil, impecavelmente organizada. Mais um ponto para os vinhos do Brasil - Ibravin. Ali não faltaram taças para servir clientes, carisma, atenção e vinhos bons! Degustei o Peruzzo Cabernet Franc 2012 do também produtor Peruzzo da Campanha Gaúcha, um vinho que vem recebendo reconhecimento e prestígio atrelados a um projeto de recuperação da variedade Cabernet Franc que foi introduzida no país na década de 70 e que hoje mostra grandes resultados na adaptação ao terroir da Campanha Gaúcha. Recebeu recentemente medalha de ouro no concurso La Mujer Elige promovido pela WOFA (Mendoza- Argentina). Tauê Hamm, responsável pela área comercial e de marketing, junto ao enólogo eram só sorrisos.




Palestras e degustações agendadas que são verdadeiras aulas à parte !!!


Em feiras como a Expovinis, é importante ficar de olho nas degustações e provas de vinhos que são destinadas aos profissionais na área e que são gratuitas, porém necessitam de inscrição para participar. São verdadeiramente aulas à parte. Tive a oportunidade de participar de duas delas (comentarei seus vinhos em publicações posteriores): Vinhos da Campanha, organizada pela Cristina Neves Comunicação e Eventos, a qual fora ministrada por representantes de cada vinícola participante, e na palestra Portugal, Terra de Aromas e Sabores, realizada pela Vinhos de Portugal ministrada por Ricardo Castilho, Jornalista e Diretor Editorial da Revista Prazeres da Mesa.


Atenção BTS, vamos melhorar no próximo ano a disponibilidade das taças ?

Com exceções as palestras e degustações nas salas fechadas, a área destinada aos vinhos do Brasil, assim como as importadoras e produtores com estandes próprios, os quais possuíam taças suficientes para servir, houve uma grande "sofreguidão" e "carência" tanto pela parte dos produtores como dos visitantes. Isso porque as taças disponibilizadas eram insuficientes. O produtor estrangeiro olhava para o cliente querendo dizer: "I so sorry, eu até que gostaria de servi-lo, mas infelizmente não tenho taças". Seria mais simples se as mesmas fossem vendidas pelo preço máximo de R$ 20,00 e não de R$ 50,00 (abusiva ao meu ver). Uma ISO personalizada é atrativa, muito prática, pois serve para qualquer estilo de vinho a ser bebido e todo mundo paga por um preço justo, pois vê aí uma grande vantagem: levar para casa como lembrança daquela experiência vivida. Pensem bem nesta questão para a próxima edição, pois isto foi um fator complicador.


Até o próximo post!
Vanda Meneguci.

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