Nem Chianti nem Brunello, simplesmente Sangiovese di Romagna

Nem tanto o sol nem tanto a lua? Posso assim decifrar um vinho 100% Sangiovese di Romagna, região ao norte da Itália. Brinco escrevendo apenas para explicar as diferenças de uma mesma casta se cultivadas em regiões diferentes, sendo assim, terroir tipicamente diferentes. Se para alguns apreciadores o estilo Chianti parece ser um vinho de cor naturalmente clara, um vinho ralo e também sem muita estrutura, e, em contrapartida, um estilo Brunello tem mais cor e mais estrutura e até mesmo (em alguns casos, pois hoje há muitos Brunellos jovens, fáceis de beber de estilo moderno e até menos alcóolicos) menos prontidão por serem vinhos mais austeros e carnudos, um Sangiovese que sai da região da Romagna passa a ser um belo intermediário. Um 100% Sangiovese da Romagna estaria então mais para um Rosso de Montalcino e um Montepulciano de Abruzzo? Porque não? Por fim não podemos esquecer que todos tem como uva base a Sangiovese (exceto o Montelpulciano), uva clone para Brunellos e Rossos, mas por fim, é Sangiovese em casta, corpo, alma e taça.

Degustei o Balitore safra 2009 da cantina Balìa di Zola, um vinho 100% Sangiovese. Ele estava guardadinho por alguns anos, e agora decidi abri-lo. Vamos lá para análise organoléptica deste vinho?

Cor: Rubi de média intensidade já com leve halo de evolução
Aromas: Frutas vermelhas, um toque de especiarias e uma notinha de couro.
Boca: Boa acidez, taninos equilibrados, boa estrutura. Para uma safra 2009 o vinho ainda está bastante vivo!

Um vinho muito bom. Só me arrependo de não te-lo decantado, pois ao final da garrafa pude perceber a presença de sedimentos sólidos. Nada incomum para um bom vinho com potencial para envelhecer.


Preparei algumas bruschettas para acompanhar e a harmonização ficou deliciosa!

Até o próximo post,

Vanda Meneguci.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Alejandro Vigil: o "El Enemigo" que o mundo quer ter sempre por perto.

Uma volta aos anos 90 ? Mappin e Liebfraumilch, o "garrafa azul"

Juan Guerreiro Fonseca, proprietário do Cava D´Oro Bar e Restaurante e sua coleção de garrafas de bebidas raras